Tu que és mãe ou pai certamente já recebeste muitas opiniões, ouviste “comigo resultou assim”, “deves fazer assim”, “aí se fosse comigo!”, "faz falta uma palmada bem dada na hora certa" e tantas outras frases que nos inquietam! Quando nasce um bebé a família, amigos, colegas [e até desconhecidos!] sentem-se no direito de dar os seus palpites, sugestões e tudo parece fácil e sem complicações para aquela pessoa.
Pois bem, mas todos são uns excelentes pais… dos filhos dos outros! De cada vez que alguém dá sua opinião de forma intrusiva está…
- A colocar em causa as decisões daquela mãe ou daquele pai…
- A dizer que não estão a fazer as coisas da forma correta [como se existisse!]…
- A fragilizar aquela pessoa que ama de forma incondicional o seu filho e está a dar o melhor de si naquele momento…
- A desvalorizar os sentimentos e emoções da mãe ou do pai...
- A criar sentimentos de fragilidade...
- E tantas outras situações.
A parentalidade é um contrato para toda a vida, é o maior e melhor compromisso que alguma vez poderíamos assumir. É amar, é conhecer o nosso lado mais “escuro”, é descobrir que o mundo tem novas cores e sabores, é dar de nós a cada instante, é encontrar novas forças, é renascer!

Mas, também há o lado B… aquele que poucos falam, por receio de parecerem frágeis. A Parentalidade também dá medo, muito! Temos receios, dúvidas, inquietações se estamos a fazer o melhor para os nossos filhos, se vamos conseguir ultrapassar todos os desafios, se somos bons pais, se as nossas opções são as melhores… existem tantos “se”. É normal, faz parte, porque pais e filhos crescem juntos todos os dias um pouco mais.
Nada é perfeito, as famílias também não! O que resulta hoje não resulta amanhã e no dia seguinte já terás novas experiências, outras informações que te vão permitir tomar outras decisões. E está tudo bem assim.
Partilho convosco um excerto de um livro que tanto me ajudou e fez refletir:
"Por cada criança que nasce, nasce também um pai e uma mãe. E partir daí crescemos juntos em sabedoria e em virtude (e, no caso das crianças, também em tamanho). Os filhos dedicam-nos um amor incondicional, mesmo que não tenhamos feito nada para o merecer. Fazem-nos sentir importantes e úteis, divertem-nos e intrigam-nos, emprestam propósito e cor às nossas vidas, e permitem que os acompanhemos durante algum tempo na fascinante aventura que é a descoberta do mundo. Ser pai é um privilégio" [Carlos González].
Espero que este espaço sirva também para refletirmos em conjunto, sem floreados, sem certos ou errados, sobre temas relacionados com a parentalidade e a educação. Muitas vezes este é um caminho solitário, mas não tem necessariamente de o ser.
Um abraço,
Rita Moreira